quinta-feira, 16 de junho de 2011

Animação Sociocultural - Jaume Trilla

Esta é uma das minhas ferramentas desde que comecei este percurso académico. É um livro bastante abrangente e bastante útil para o Animador Sociocultural enquanto estudante e enquanto técnico.

Sinopse:
A animação sociocultural é um tipo de acção comunitário que tem por propósito principal a promoção nas pessoas e nos grupos de uma atitude de participação activa no processo do seu próprio desenvolvimento. Abrange uma gama muito simples diversa de intervenções, programas e instituições. O considerável auge deste âmbito socioeducativo auspiciado pelas iniciativas surgidas directamente da sociedade civil deu lugar a um contingente que se pretende cada vez mais numeroso de animadores socioculturais. Estes agentes, exercendo a sua função como profissionais ou como voluntários, requerem uma formação adequada.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Execução e Avaliação


A Fase da Execução, é quando colocamos o nosso projecto em prática, ou seja, quando colocamos em acção aquilo que foi planificado.

A Avaliação é algo que não deverá vir só no final, mas sim durante todo o processo. sendo assim, a sua função é reflectir o que foi feito ao longo do projecto, para se explicarem os resultados das acções realizadas e para se reconhecerem os erros e os sucessos da prática, ou seja, para se reconhecerem os avanços, os retrocessos e os desvios na aplicação do projecto, a fim de os corrigir no futuro.
 
Os momentos que se devem avaliar num projecto são:
. Diagnóstico: é uma avaliação diagnóstica que deve ser uma reflexão sobre a justificação do projecto, os motivos que o originam e as necessidades da comunidade a que é dirigido.
Esta avaliação serve para saber se a intervenção é pertinente; se está definido o problema com clareza; se estão definidos com clareza os beneficiários da intervenção e suas características; se o problema e as suas causas se mantêm actuais; e para avaliar a forma como o problema é sentido pelos indivíduos que o vivem e pelo seu contexto.

. Processo: é uma avaliação formativa que nos vai inteirando dos processos e avanços, assim como dos desajustes e contrariedades do processo de desenvolvimento do projecto, e indica até que ponto os objectivos estão a ser cumpridos.
Nesta avaliação, observa-se o desenvolvimento das diversas actividades; analisam-se as actividades; e aplicam-se instrumentos de recolha de informação.  

. Final: é uma avaliação sumativa e caracteriza-se por ser aplicada no final do processo, e implica a elaboração de uma síntese onde se ajustam os dados adquiridos na avaliação final (diagnostica) e processual (formativa) para se concluir se os objectivos e metas foram alcançados, e tem que analisar os resultados que se alcançaram e os seus efeitos nos beneficiários.

A avaliação é importante, porque:
- É um processo de reflexão que permite explicar os resultados das acções realizadas, e permite também reconhecer os erros e os sucessos da prática, a fim de os corrigir no futuro.
- É uma perspectiva dinâmica que nos permite reconhecer os avanços, retrocessos e desvios na aplicação do projecto.
- Não deve ser um fim em si mesmo, mas sim um meio para melhorar sistematicamente o processo sociocultural e para se fazer um uso mais adequado dos recursos disponíveis, materiais e de pessoas e para alterar, se necessário, o decorrer da acção.
- Conduz a um diagnóstico que pode sugerir a modificação da acção, do método ou até do mesmo objectivo.
- Não é uma etapa final do projecto, e deve estar presente do início até ao fim do mesmo, com o objectivo de ir controlando os resultados, as lacunas existentes e os imprevistos que surgem.

Planificação


Porque se planifica a acção?
- Planifica-se uma acção para se saber onde se está ou qual é o ponto de partida, com que recursos se podem contar e que procedimentos) se vão utilizar para alcançar as metas, mediante a realização de actividades se desenvolvam os objectivos programados a curto, médio e longo prazo.
Os elementos que uma planificação deve conter, são:

. Objectivos: são os propósitos que pretendemos alcançar com a execução de uma acção planificada. São os objectivos que definem a natureza mais específica do projecto e dão coerência ao plano de acção. Consiste em perguntarmos a nós mesmos o que pretendemos alcançar para dar respostas concretas.
Tentam responder às perguntas: o que queremos fazer? ; Que mudanças desejamos conseguir? ; onde queremos chegar? .
É importante enunciar com clareza os objectivos, e estabelecer de uma forma concreta e precisa a quantidade de objectivos que foram propostos que se quer levar por diante ou alcançar.
Os objectivos podem ser:
.. Gerais: “propósitos mais amplos que correspondem ao marco de referência do projecto” Espinoza (1986). Ao serem formulados, devem utilizar verbos como: conhecer, compreender, analisar e avaliar.
.. Específicos:  são resultados mais concretos que identificam de forma mais precisa o que se pretende alcançar com a execução do projecto. Inscrevem-se necessariamente nos objectivos gerais e constituem especificidades mais precisas e restritas dos mesmos, identificando de forma mais clara e precisa o que se pretende alcançar com os projectos.

. Metodologia: conjunto de procedimentos e acções que se devem desenvolver para concretizar o projecto, para responder às metas e objectivos propostos. Implica a definição de tarefas, de normas e de procedimentos para a sua execução, e necessita de enumerar e explicar os diferentes passos técnicos que se devem cumprir ou as várias etapas que o processo técnico deve compreender.
A metodologia tem um papel fundamental num projecto, dado que proporciona as ferramentas, as técnicas e em suma, todos os métodos mediante os quais tentamos transformar a realidade a fim de a melhorar.
A metodologia deve garantir duas condições: que o projecto seja participativo e científico, para que os projectos alcancem um alto nível de eficácia, para se obter um resultado positivo, para os beneficiários dos mesmos, e para a política de acção social de uma comunidade.
Sendo assim, o processo metodológico é complexo, e exige prestar atenção: às diferentes actividades; à especificação das técnicas e instrumentos, à definição da população; à identificação da amostra; à recolha dos dados; e à análise dos dados.

. Calendarização: deve apresentar o seguimento e a sucessão das etapas da investigação e a forma como se sucedem, completam e coordenam. Necessita de uma estimativa de duração aproximada de cada uma das etapas e a decisão sobre a sequência das mesmas no projecto total.
Faz referência à planificação das diferentes actividades e estabelece as diferentes etapas e indica as datas em que vão decorrer as diferentes actividades.
Sendo assim, deve ter. a ordenação correcta das actividades; a indicação da duração de cada actividade; a determinação das datas de início e fim para cada actividade; definição dos recursos necessários para cada actividade; fixação de um cronograma ou calendário de execução.

. Recursos: são necessários para a realização de um projecto. Estes podem ser:
              .. Humanos: trata de descrever a quantidade e a qualidade das pessoas que são necessárias para a execução das actividades que o projecto contempla.
              .. Materiais: são imprescindíveis, dado que a carência ou o défice dos mesmos é uma limitação ou um obstáculo para a realização de uma acção social. Este tipo de recursos, desempenham funções motivadoras, estruturadoras, inovadoras, apelativas e formativas de carácter global. Podem-se considerar recursos materiais, as infra-estruturas e equipamentos.
              .. Financeiros: fazem referência à forma como as despesas do projecto serão provisionadas e à instituição ou instituições que as irão suportar, e para tal, é necessária a realização de um orçamento e financiamento realista que cubra as despesas.

Fase Diagnóstica


O diagnóstico é um conhecimento da realidade, e que segundo Espinosa (1986), deverá ter como objectivos:
- Esclarecer as necessidades;
- Elaborar um inventário dos recursos disponíveis;
- Definir alternativas de acção de acordo com a situação problema e os recursos disponíveis.

Segundo Ander-Egg (1989), o diagnóstico deverá conter as seguintes análises:
- Descrição da situação;
- Previsão das situações futuras;
- Compreensão da realidade e hierarquização das necessidades;
- Identificação dos factores relevantes que interferem na situação e que podem determinar a viabilidade do projecto.

Todo o diagnóstico tem que contemplar:
- O local do projecto;
- A população a quem se dirige o projecto;
- As necessidades;
- As prioridades;
- A formulação e delimitação do problema;
- O contexto em que surge o problema;
- As causas do problema;
-Os recursos existentes.

Apesar de o diagnóstico ser uma das fases de um processo de Animação Sociocultural, este também contém em si fases, tais como:
- Localizar o projecto: especificar o lugar onde se localiza o projecto e alguns dados significativos da comunidade envolvente;
- Estudar a População: analisar a população com a qual se vai concretizar o projecto, a sua situação, características, peculiaridades e necessidades.
- Prever os recursos existentes: ter conhecimento dos recursos existentes (humanos, materiais, físicos, económicos…) e os que podemos dispor para realizar o projecto.
- Detectar as necessidades: descobrir quais são as situações que é necessário mudar.
- Estabelecer as prioridades: as necessidades socioculturais são diversas, portanto, cabe ao trabalhador social a capacidade de identificar as prioridades
- Fundamentar o projecto: apresentar a motivação para tal projecto, os seus antecedentes, a sua importância, a sua origem, e uma explicação teórica sobre quais são os pressupostos do projecto.
- Delimitar o problema: formular o problema de forma clara e concreta, explicar em que consiste, justificar porque é necessário intervir, explicar o objectivo que se pretende com a intervenção para a solução do problema.