Esta é uma das minhas ferramentas desde que comecei este percurso académico. É um livro bastante abrangente e bastante útil para o Animador Sociocultural enquanto estudante e enquanto técnico.
Sinopse:
A animação sociocultural é um tipo de acção comunitário que tem por propósito principal a promoção nas pessoas e nos grupos de uma atitude de participação activa no processo do seu próprio desenvolvimento. Abrange uma gama muito simples diversa de intervenções, programas e instituições. O considerável auge deste âmbito socioeducativo auspiciado pelas iniciativas surgidas directamente da sociedade civil deu lugar a um contingente que se pretende cada vez mais numeroso de animadores socioculturais. Estes agentes, exercendo a sua função como profissionais ou como voluntários, requerem uma formação adequada.
Chamo-me Fátima, sou estudante da licenciatura em Animação Sociocultural e criei este bloguefólio no âmbito da Unidade Curricular "Metodologias de Acção Educativa". Pretendendo ser uma ferramenta fundamental para os interventores sociais em especial para os Animadores Socioculturais, os seus objectivos são: partilhar informação; abordar temas relacionados com a Animação Sociocultural; e reflectir as matérias abordadas nas aulas da unidade curricular acima referida.
quinta-feira, 16 de junho de 2011
terça-feira, 14 de junho de 2011
Execução e Avaliação
A Fase da Execução, é quando colocamos o nosso projecto em prática, ou seja, quando colocamos em acção aquilo que foi planificado.
A Avaliação é algo que não deverá vir só no final, mas sim durante todo o processo. sendo assim, a sua função é reflectir o que foi feito ao longo do projecto, para se explicarem os resultados das acções realizadas e para se reconhecerem os erros e os sucessos da prática, ou seja, para se reconhecerem os avanços, os retrocessos e os desvios na aplicação do projecto, a fim de os corrigir no futuro.
Os momentos que se devem avaliar num projecto são:
. Diagnóstico: é uma avaliação diagnóstica que deve ser uma reflexão sobre a justificação do projecto, os motivos que o originam e as necessidades da comunidade a que é dirigido.
Esta avaliação serve para saber se a intervenção é pertinente; se está definido o problema com clareza; se estão definidos com clareza os beneficiários da intervenção e suas características; se o problema e as suas causas se mantêm actuais; e para avaliar a forma como o problema é sentido pelos indivíduos que o vivem e pelo seu contexto.
. Processo: é uma avaliação formativa que nos vai inteirando dos processos e avanços, assim como dos desajustes e contrariedades do processo de desenvolvimento do projecto, e indica até que ponto os objectivos estão a ser cumpridos.
Nesta avaliação, observa-se o desenvolvimento das diversas actividades; analisam-se as actividades; e aplicam-se instrumentos de recolha de informação.
. Final: é uma avaliação sumativa e caracteriza-se por ser aplicada no final do processo, e implica a elaboração de uma síntese onde se ajustam os dados adquiridos na avaliação final (diagnostica) e processual (formativa) para se concluir se os objectivos e metas foram alcançados, e tem que analisar os resultados que se alcançaram e os seus efeitos nos beneficiários.
A avaliação é importante, porque:
- É um processo de reflexão que permite explicar os resultados das acções realizadas, e permite também reconhecer os erros e os sucessos da prática, a fim de os corrigir no futuro.
- É uma perspectiva dinâmica que nos permite reconhecer os avanços, retrocessos e desvios na aplicação do projecto.
- Não deve ser um fim em si mesmo, mas sim um meio para melhorar sistematicamente o processo sociocultural e para se fazer um uso mais adequado dos recursos disponíveis, materiais e de pessoas e para alterar, se necessário, o decorrer da acção.
- Conduz a um diagnóstico que pode sugerir a modificação da acção, do método ou até do mesmo objectivo.
- Não é uma etapa final do projecto, e deve estar presente do início até ao fim do mesmo, com o objectivo de ir controlando os resultados, as lacunas existentes e os imprevistos que surgem.
Planificação
Porque se planifica a acção?
- Planifica-se uma acção para se saber onde se está ou qual é o ponto de partida, com que recursos se podem contar e que procedimentos) se vão utilizar para alcançar as metas, mediante a realização de actividades se desenvolvam os objectivos programados a curto, médio e longo prazo.
Os elementos que uma planificação deve conter, são:
. Objectivos: são os propósitos que pretendemos alcançar com a execução de uma acção planificada. São os objectivos que definem a natureza mais específica do projecto e dão coerência ao plano de acção. Consiste em perguntarmos a nós mesmos o que pretendemos alcançar para dar respostas concretas.
Tentam responder às perguntas: o que queremos fazer? ; Que mudanças desejamos conseguir? ; onde queremos chegar? .
É importante enunciar com clareza os objectivos, e estabelecer de uma forma concreta e precisa a quantidade de objectivos que foram propostos que se quer levar por diante ou alcançar.
Os objectivos podem ser:
.. Gerais: “propósitos mais amplos que correspondem ao marco de referência do projecto” Espinoza (1986). Ao serem formulados, devem utilizar verbos como: conhecer, compreender, analisar e avaliar.
.. Específicos: são resultados mais concretos que identificam de forma mais precisa o que se pretende alcançar com a execução do projecto. Inscrevem-se necessariamente nos objectivos gerais e constituem especificidades mais precisas e restritas dos mesmos, identificando de forma mais clara e precisa o que se pretende alcançar com os projectos.
. Metodologia: conjunto de procedimentos e acções que se devem desenvolver para concretizar o projecto, para responder às metas e objectivos propostos. Implica a definição de tarefas, de normas e de procedimentos para a sua execução, e necessita de enumerar e explicar os diferentes passos técnicos que se devem cumprir ou as várias etapas que o processo técnico deve compreender.
A metodologia tem um papel fundamental num projecto, dado que proporciona as ferramentas, as técnicas e em suma, todos os métodos mediante os quais tentamos transformar a realidade a fim de a melhorar.
A metodologia deve garantir duas condições: que o projecto seja participativo e científico, para que os projectos alcancem um alto nível de eficácia, para se obter um resultado positivo, para os beneficiários dos mesmos, e para a política de acção social de uma comunidade.
Sendo assim, o processo metodológico é complexo, e exige prestar atenção: às diferentes actividades; à especificação das técnicas e instrumentos, à definição da população; à identificação da amostra; à recolha dos dados; e à análise dos dados.
. Calendarização: deve apresentar o seguimento e a sucessão das etapas da investigação e a forma como se sucedem, completam e coordenam. Necessita de uma estimativa de duração aproximada de cada uma das etapas e a decisão sobre a sequência das mesmas no projecto total.
Faz referência à planificação das diferentes actividades e estabelece as diferentes etapas e indica as datas em que vão decorrer as diferentes actividades.
Sendo assim, deve ter. a ordenação correcta das actividades; a indicação da duração de cada actividade; a determinação das datas de início e fim para cada actividade; definição dos recursos necessários para cada actividade; fixação de um cronograma ou calendário de execução.
. Recursos: são necessários para a realização de um projecto. Estes podem ser:
.. Humanos: trata de descrever a quantidade e a qualidade das pessoas que são necessárias para a execução das actividades que o projecto contempla.
.. Materiais: são imprescindíveis, dado que a carência ou o défice dos mesmos é uma limitação ou um obstáculo para a realização de uma acção social. Este tipo de recursos, desempenham funções motivadoras, estruturadoras, inovadoras, apelativas e formativas de carácter global. Podem-se considerar recursos materiais, as infra-estruturas e equipamentos.
.. Financeiros: fazem referência à forma como as despesas do projecto serão provisionadas e à instituição ou instituições que as irão suportar, e para tal, é necessária a realização de um orçamento e financiamento realista que cubra as despesas.
Fase Diagnóstica
O diagnóstico é um conhecimento da realidade, e que segundo Espinosa (1986), deverá ter como objectivos:
- Esclarecer as necessidades;
- Elaborar um inventário dos recursos disponíveis;
- Definir alternativas de acção de acordo com a situação problema e os recursos disponíveis.
Segundo Ander-Egg (1989), o diagnóstico deverá conter as seguintes análises:
- Descrição da situação;
- Previsão das situações futuras;
- Compreensão da realidade e hierarquização das necessidades;
- Identificação dos factores relevantes que interferem na situação e que podem determinar a viabilidade do projecto.
Todo o diagnóstico tem que contemplar:
- O local do projecto;
- A população a quem se dirige o projecto;
- As necessidades;
- As prioridades;
- A formulação e delimitação do problema;
- O contexto em que surge o problema;
- As causas do problema;
-Os recursos existentes.
Apesar de o diagnóstico ser uma das fases de um processo de Animação Sociocultural, este também contém em si fases, tais como:
- Localizar o projecto: especificar o lugar onde se localiza o projecto e alguns dados significativos da comunidade envolvente;
- Estudar a População: analisar a população com a qual se vai concretizar o projecto, a sua situação, características, peculiaridades e necessidades.
- Prever os recursos existentes: ter conhecimento dos recursos existentes (humanos, materiais, físicos, económicos…) e os que podemos dispor para realizar o projecto.
- Detectar as necessidades: descobrir quais são as situações que é necessário mudar.
- Estabelecer as prioridades: as necessidades socioculturais são diversas, portanto, cabe ao trabalhador social a capacidade de identificar as prioridades
- Fundamentar o projecto: apresentar a motivação para tal projecto, os seus antecedentes, a sua importância, a sua origem, e uma explicação teórica sobre quais são os pressupostos do projecto.
- Delimitar o problema: formular o problema de forma clara e concreta, explicar em que consiste, justificar porque é necessário intervir, explicar o objectivo que se pretende com a intervenção para a solução do problema.
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